segunda-feira, 3 de março de 2008

Pode haver uma guerra na América do Sul?

A crise diplomática estabelecida entre Colômbia e Equador, e que também envolve a Venezuela do presidente Chávez, chegou ao ponto de promover a retirada "temporária" dos embaixadores desses dois últimos países de Bogotá e até mesmo a movimentação de tropas equatorianas e venezuelanas na fronteira com a Colômbia. A crise foi ocasionada por uma ação militar da Colômbia, que invadiu o espaço aéreo equatoriano para matar Raul Reyes, segundo homem no comando das FARC.

Em resposta, o presidente do Equador, Rafael Correa, ordenou o imediato retorno de seu embaixador e declarou que o exército de seu país estava em alerta. Hugo Chavez, da Venezuela, fez o mesmo e deslocou 10 batalhões de tanques de guerra para a fronteira com a Colômbia. É a primeira vez em muito tempo que uma crise diplomática na América do Sul envolve o descolocamento de tropas.

E, obviamente, quando um país descola suas tropas é porque, em algum momento, cogita utilizá-las, e essa lógica fez reacender o temor de uma nova guerra na América do Sul. O último grande conflito armado no continente foi a Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870, que vitimou mais de 400 mil pessoas.

Mas a guerra ainda é uma hipótese distante. Os fatos que ocorreram, embora que graves, ainda não justificam a utilização das forças armadas de qualquer nação, e a intermediação de outros países, como Brasil, Argentina e Chile, também podem ajudar a resolver o conflito da melhor maneira possível.

O problema é que essa não é a primeira e, possivelmente, não será a última crise entre Chávez, Correa e Uribe, e, com a tendência de o nível de tensionamento na região aumentar, dentro de algum tempo a situação pode ficar insustentável. Que o bom senso prevaleça!

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